Vírus (2009)

 

Em busca de um filme de terror na Netflix, acabei clicando em Vírus (2009), sem ler a sinopse, atraído apenas pelo título e a imagem de divulgação. Acabei errando totalmente o gênero, já que Vírus se trata, na verdade, de um drama, e me surpreendendo positivamente com a qualidade do longa-metragem dirigido pelos irmãos David e Alex Pastor.

Vírus é um road-movie pós apocalíptico, que acompanha a viagem dos quatro protagonistas - os irmãos Brian (Chris Pine) e Danny (Lou Taylor Pucci), Bobby (Piper Perabo), que é namorada de Brian, e Kate (Emily Vamcamp, aquela mesma da série Revenge), personagem essa cuja presença no grupo não é explicada claramente - rumo a um oásis no golfo do México, onde se espera que possam sobreviver à uma epidemia que parece ter dizimado a maior parte da população dos Estados Unidos (e talvez do mundo, não há muitas informações sobre a magnitude da catástrofe).

Não espere aqui um vírus que transforma pessoas em assassinos canibais, como em Extermínio (2002) ou demais filmes de zumbi, mas sim uma doença que mata lenta e dolorosamente seus portadores, como em Contágio (2011).

O primeiro ato do filme - consistente no encontro do grupo de protagonistas com o personagem de Christopher Meloni e sua filha doente - pode nos levar a esperar por um desgastado quadro de maniqueísmo, com um sujeito disposto a qualquer coisa para sobreviver sendo enfrentado por seus amigos bonzinhos. Entretanto, a evolução dos personagens ao longo do enredo desconstrói totalmente essa lógica. Nesse ponto, destaca-se a cena do ato final em que o personagem de Chris Pine (tido, até o momento, como o vilão do grupo), confronta seu irmão Danny sobre a escolha deste de se manter impotente perante suas ações moralmente questionáveis, aproveitando-se dos lucros de tais ações. Nesse rumo, destaca-se, ainda, a personagem de Emily Vamcamp, que com pouquíssimas palavras e ações acaba se mostrando a verdadeira estrategista do grupo, de forma que a ausência de explicações sobre a presença de Kate entre os demais companheiros parece enriquecer ainda mais a participação da mesma no longa.

Dentre as atuações, destaca-se o trabalho dos grandes nomes do elenco: Emily Vamcamp, Chris Pine e Christopher Meloni. Quanto à Piper Berabo e Lou Taylor Pucci, não há muito o que se cobrar, tendo em vista os personagens insossos que lhes foram designados. 

Como ponto negativo, temos a ausência de ousadia no enredo, que traz poucas inovações em relação aos demais filmes do gênero, não havendo grandes surpresas ao longo da trama.

Concluindo, Vírus é um longa bem amarrado, com ótima construção de personagens e poucos momentos descartáveis, que se destaca em um gênero com traços de saturação, merecendo ser assistido com seriedade, mesmo tendo passado despercebido pelo país em 2009.

Nota: 7,5/10.




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